Estimação da digestibilidade do extrato etéreo em ruminantes a partir dos teores dietéticos: desenvolvimento de um modelo para condições brasileiras

Abstract
Objetivou-se neste estudo propor e validar um modelo para estimação da fração aparentemente digestível do EE a partir dos teores dietéticos em bovinos. As bases teóricas para o desenvolvimento do modelo fundamentaram-se no coeficiente de digestibilidade verdadeiro e na contribuição metabólica fecal. O método de estimação destes parâmetros baseou-se no teste de entidade nutricional. O banco de dados utilizado para construção do modelo foi constituído por 48 e 60 médias experimentais para vacas em lactação e bovinos em crescimento e terminação, respectivamente, tomadas de 24 experimentos, 12 para cada categoria animal. Adotou-se o esquema de identidade de modelos por variável Dummy para diferenciação entre categorias animais. O banco de dados utilizado para validação do modelo proposto foi obtido de três experimentos, sendo dois com vacas em lactação e um com bovinos em crescimento. O coeficiente de digestibilidade verdadeiro do EE não diferiu entre categorias animais, cuja estimativa foi de 0,8596. Verificou-se superioridade da fração metabólica fecal para vacas em lactação. Essa porção mostrou-se não relacionada ao teor de EE (EE%) na dieta, quando expressa como percentual dietético, para ambas as categorias. Assim, para animais em condições de alimentação ad libitum, o teor de EE aparentemente digestível (EEad%) pode ser estimado pelas equações: EEad% = 0,8596EE% - 0,21, para vacas em lactação; e EEad% = 0,8596EE% - 0,18, para bovinos em crescimento e terminação. O processo de validação indicou similaridade entre valores preditos e observados de EEad% para ambas as categorias animais. Conclui-se que os modelos propostos poderão ampliar a acurácia de predição do teor de nutrientes digestíveis totais a partir da composição química da dieta.

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