Abstract
Resumo O objetivo deste artigo é examinar a contribuição que uma abordagem desenvolvida na psicologia social - o estudo das representações sociais - pode trazer às ciências sociais. Como ponto de partida, a reflexão se apoia na constatação do novo interesse desenvolvido nas ciências sociais pelas relações entre o saber ordinário e o saber erudito, a inscrição social dos processos cognitivos, a importância da noção de “comum”, as necessidades de reconfigurar as relações entre disciplinas e considerar a complexidade dos fenômenos abordados. Um exame do tratamento da noção de representação social e/ou coletiva na história das ciências sociais - notadamente na antropologia, na história e na sociologia - recai sobre as reconhecidas propriedades dos fenômenos representativos e sobre seus papéis na vida social. Os eixos de problematização de seu estudo são apresentados em um quadro que resume o espaço de pesquisa que os concerne. Depois de discutir as críticas científicas e políticas dirigidas ao “representacionalismo”, um esquema que coloca fenômenos representativos na interseção de três esferas de pertencimento - subjetiva, intersubjetiva e trans-subjetiva - e permite mostrar a pertinência do estudo das representações sociais em um espaço globalizado. Essa pertinência é ilustrada pelo exemplo de trabalhos relativos aos efeitos dos vetores da globalização sobre identidades sociais locais, e pelas posições adotadas pelos pesquisadores latino-americanos em face da importação de modelos emprestados dos círculos dominantes do Primeiro Mundo.

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