Abstract
Este texto se propõe a discutir a problemática de gênero dentro das performances tradicionais do sul da Índia, partindo do culto das Ammans e as complexas ações ritualísticas que envolvem “manter sobre controle” as energias eruptivas dessas divindades, o que inclui diversas modalidades de performance dramática. O que se vê é um conjunto ambíguo de sinalizações que oscilam entre a exaltação desse poder feminino mítico e a supressão de sua existência no plano social e político. O ponto de partida para encaminhar essa reflexão é compreender como essa ambiguidade se reflete nas performances tradicionais, partindo da tradição Devadasi, passando pela tradição dos homens que interpretam papéis femininos, a inclusão de mulheres trans nesse contexto e, finalmente, discutindo o papel das mulheres cis nesse teatro e a importância das comunidades teatrais como espaços de resistência.