Independência funcional em indivíduos com paralisia cerebral associada à deficiência intelectual

Abstract
INTRODUÇÃO: O comprometimento intelectual é frequente em indivíduos com paralisia cerebral (PC) e pode influenciar a aquisição da independência funcional. OBJETIVO: Descrever os níveis de independência funcional em indivíduos com PC associada à deficiência intelectual (DI). MÉTODOS: A escala Medida da Independência Funcional (MIF) foi aplicada aos cuidadores de indivíduos com PC e DI e seu escore relacionado ao nível do Sistema de Classificação da Função Motora Grossa (Gross Motor Function Classification System - GMFCS), tipo de movimento, idade, gênero, presença de epilepsia, escolaridade dos pais, uso de medicação, renda per capita e benefício financeiro governamental. Para a análise estatística foram utilizados os testes não paramétricos de Mann-Whitney para comparação de duas variáveis e de Kruskal-Wallis para três variáveis. O coeficiente de correlação de Spearman foi estimado para variáveis quantitativas. RESULTADOS: Foram avaliados 21 indivíduos com PC e DI, entre 6 e 24 anos de idade. O melhor nível no GMFCS teve correlação positiva com as áreas de autocuidado, mobilidade e locomoção da MIF. A idade teve correlação positiva com as áreas de autocuidado, mobilidade, comunicação e cognição da MIF. Observou-se relação entre a maior escolaridade dos pais e menores escores de independência em autocuidado e cognição. CONCLUSÃO: Os indivíduos desta amostra com PC associada à DI foram considerados dependentes em 61% dos itens da escala MIF. Os maiores índices de independência foram observados nas áreas de alimentação, controle de esfíncteres e transferências. A idade dos sujeitos, a escolaridade dos pais e especialmente o nível no GMFCS foram as variáveis que mais se relacionaram à independência.