Abstract
Este artigo é uma tentativa de trazer à luz parte da história de Brasília que não é ufanista, que não aborda a capital apenas sob a ótica do nacional desenvolvimentismo, da arquitetura modernista, a síntese do Brasil que deixava de ser um país agrário exportador para se transformar em uma nação urbana e industrializada, nas décadas de 1950/1960. Trata se de uma análise sobre o cotidiano de pessoas comuns, dos candangos, como ficaram conhecidos os ope rários que construíram a nova capital. Eles viveram experiências além do trabalho, que precisam ser contadas. É uma versão praticamente desconhecida, apagada, omitida da história de Brasília, cujos protagonistas são milhares de nordestinos, goianos e minei ros. Eles chegaram ao Planalto Central com esperanças que ao longo do tempo se tornariam ilusões. A “experiência” desses trabalhadores ficou registrada nas duas fontes usadas neste trabalho: boletins de ocorrência da polícia e o diário escrito por um canda ngo.