Abstract
Em um contexto marcado pela crise da verdade, investigamos empiricamente como o bolsonarismo se apropria dos espaços digitais para a construção dos seus enunciados. Primeiramente, propomos uma revisão teórica que toma a mobilização discursiva do ressentimento decorrente do “poder masculino branco afrontado” como chave de leitura para a compreensão do regime de verdade contemporâneo marcado pela aliança entre o neoliberalismo e o neoconservadorismo. Em seguida, monitoramos as postagens de Jair Bolsonaro em sua página oficial no Facebook por 17 semanas, estabelecendo seis sentidos discursivos predominantes: ataques à imprensa, às instâncias independentes de poder e aos organismos de fomento à ciência, em oposição a um constante apelo ao nacionalismo, ao militarismo e à religiosidade.