Abstract
Resumo O presente artigo analisa a carreira futebolística do jornalista e treinador de futebol João Saldanha (1917 – 1990) e as circunstâncias sócio-históricas no final dos anos 60 no Brasil, período em que Saldanha foi convocado para assumir o comando da seleção brasileira. Saldanha, que, a partir dos anos 30, foi ligado ao Partido Comunista, treinou a seleção brasileira durante um dos momentos de maior opressão imposta pelo regime militar no Brasil, e classificou o Brasil para o mundial de 1970. Mesmo assim, depois de vários conflitos com o presidente da Confederação Brasileira de Desportos – CBD (João Havelange) – e com o poderoso líder militar, o general Emílio Garrastazu Médici, Saldanha foi demitido no início do ano 1970, pois não aceitou nenhuma interferência no trabalho por parte dos dirigentes. A repercussão social destes conflitos e a resistência de Saldanha foram fatores políticos importantes naquele momento, e ultrapassaram em muito os limites do mundo do futebol.