Abstract
O processo constitutivo das subjetividades é associado às dinâmicas de poder. Nessa relação, isto é, entre o poder que potencializa o vir a ser dos sujeitos e as suas ações concretas no mundo, se interpõem as insígnias de legitimação ou não do que é lido e retroalimentado como vida. Pensar a construção dos devires dissidentes é enfrentar, de modo profundo, as estruturas de exclusão e de subalternidade que constantemente demarcam os espaços políticos entre o sujeito versus a norma. Colocamos em evidência as estruturas de branquitude e cisheternormatividade como grandes tecnologias de poder que articulam as consciências e, mais, que estabelecem a métrica da possibilidade no jogo político. Tratamos, a partir de uma perspectiva reativa, das conversões políticas, ou seja, da manifestação de corpos, que, embora sejam consumidos no seu lugar constituído como subalterno, se rebelam e se tornam indigestos.