Abstract
Uma das propriedades sintáticas que mais caracteriza o português brasileiro (PB) é a perda dos clíticos acusativos de terceira pessoa o(s)/a(s) e seus alomorfes. Como amplamente documentado na literatura, em PB esses elementos estão associados a escolarização e registros formais de fala e escrita. Neste trabalho investigo o estatuto teórico desses elementos após serem “acrescentados” à gramática nuclear do PB via escolarização sintática. Como base em seu intrincado padrão de colocação, argumentarei que o(s)/a(s) não são incorporados como clíticos nos registros relevantes de PB, mas como marcas de concordância (de objeto).