Abstract
Por meio da investigação histórica, o presente artigo indica possibilidades de análise da imprensa periódica de circulação geral, no que diz respeito à compreensão do papel dos intelectuais em um cenário comum – a configuração cultural do território mato-grossense entre os anos de 1880 a 1920. Parte-se da premissa que a imprensa deve ser colocada ao lado dos progressos materiais indicativos da modernidade, que gradativamente chegaram ao território a partir da segunda metade do século XIX. Os jornais mato-grossenses difundiram os ideais das instâncias políticas e do poder, representados pelas famílias tradicionais, que se alternavam no poder e se ramificavam pelas municipalidades. No entanto, os jornalistas, categoria fluída em termos profissionais, desfrutavam de legitimidade social, pois se vinculavam à produção, circulação e divulgação de valores (MICELI, 2001), sendo também formadores de opinião e, na concepção que orienta este texto, intelectuais-mediadores/medidores culturais. Interessa discutir como profissionais de áreas distintas constituíram-se como editores, colaboradores, articulistas, integrando a categoria de intelectuais, partindo de uma conceituação proposta por Jean-François Sirinelli (1998, 2003).