Abstract
Este ensaio esboça uma crítica às chamadas pedagogias do “aprender a aprender”, especificamente, o construtivismo, entendido como corrente hegemônica no ideário pedagógico contemporâneo. Muitos educadores tendem a considerar as ideias construtivistas como uma apologia à liberdade, à autonomia e à democratização da sociedade e do espaço escolar. A atribuição de um caráter progressista a essa pedagogia, no entanto, não resistirá ao desmascaramento de sua visão espontaneísta sobre o desenvolvimento humano (que remete a uma desvalorização da instituição escolar e da transmissão do saber elaborado, questão-chave para o ensino de ciências) e de suas bases filosóficas e a-históricas, muito convenientes à filosofia neoliberal e ao pós-modernismo, ambos legitimadores da perspectiva liberalizante que sustenta o sistema capitalista.