SAÚDE INDÍGENA E TRANSCULTURALIDADE EM TEMPOS DE COVID-19: UM ESTUDO DE CASO NA ALDEIA TUPINAMBÁ

Abstract
No Brasil, até outubro de 2020, foram constatados 29.132 casos de infecção e 451 óbitos de Covid-19 de povos indígenas. O objetivo dessa pesquisa é refletir sobre a administração das políticas sociais de saúde durante a Pandemia COVID-19 e choque entre fatores culturais dos indígenas da aldeia Tupinambá e os prestadores de serviço na área da saúde, que interferem na realização das práticas e de cuidado aos povos dessa etnia. Trata-se de uma pesquisa descritiva, de abordagem interpretativista, fundamentado no método de análise de conteúdo da Bardin (1977), a qual mostra que, por meio da abordagem interpretativista, compreendemos a relação as políticas sociais de saúde no que tange sobre os fatores culturais no atendimento ao indígena, contribuindo para a área de estudos organizacionais. Como instrumento de pesquisa foi utilizado um questionário, constituído por 7 perguntas, que foram respondidos por 2 moradores da aldeia São Francisco Território Tupinambá que fica localizado na cidade de Santarém/PA, Brasil. Os dados foram coletados no período de outubro a novembro de 2020, de maneira online, usando a Teoria Transcultural do Cuidado como força motriz inspiradora da investigação. A interpretação dos resultados revela grandes falhas na administração das políticas sociais com relação às políticas indigenistas de saúde, dentre eles os choques culturais, não existindo o cuidado cultural e o respeito aos costumes e saberes desse povo. Também permite inferir que as políticas sociais ainda não estão garantindo os direitos dessa população brasileira socioeconomicamente vulnerável, acarretando por consequência, extremas limitações para assistência social. Logo, o estudo permite acreditar que considerar o contexto cultural do povo indígena pode contribuir para o desenvolvimento de novos modelos eficazes de administração da política social no contexto indígena.