Abstract
Celebrada em seus anos iniciais como marco do regionalismo sul-americano, a União de Nações Sul-Americanas (Unasul) é hoje caracterizada por um esvaziamento funcional e um abandono pela maior parte dos países do subcontinente. Dada a magnitude da organização e os ambiciosos objetivos a ela atribuídos, o processo de declínio e atual ostracismo da Unasul levanta a questão acerca de qual o significado da queda da organização para a América do Sul. A fim de trabalhar tal problemática, o presente artigo se vale de revisão de documentos primários e secundários a fim de detalhar o processo de declínio da Unasul, abordando suas causas e suas implicações, enquadrando-a enquanto instrumento de organização da América do Sul em um polo de poder perante o sistema internacional multipolar do século XXI. Conclui-se que a América do Sul não pode se abster de um instrumento institucionalizado de cooperação e organização regional, mas que novas empreitadas regionalistas devem evitar erros cometidos na construção da Unasul. Em especial, é necessário repensar o caráter intergovernamental do regionalismo sul-americano e a consequente ausência de autonomia por parte das organizações criadas.