Abstract
Os paralelos entre fenômeno religioso e funcionamento psíquico são uma constante no pensamento junguiano. Por meio deste problema, Jung aborda questões estruturais em sua teoria, tais como a tendência à unilateralidade da atividade consciente; o caráter compensatório e autorregulador da psique, resultante dessa tendência; a distinção entre confissão religiosa e religiosidade. Essas questões operam no sentido de salientar o lugar central ocupado pela função religiosa na estrutura psíquica, lugar que não se confunde, todavia, com uma adesão a dogmas religiosos. Tendo como ponto de partida o Livro vermelho, a crítica de Jung ao cristianismo nos orientará ao longo deste ensaio sobre a função da religião na vida psíquica.