A escola como espaço de formação para a autonomia numa perspectiva existencialista

Abstract
O presente artigo integra uma investigação teórica ampla que visa a uma revisão do conceito de formação em bases filosóficas contemporâneas. Nesta etapa pontual da pesquisa, a investigação volta-se a algumas contribuições do existencialismo sartreano, em especial à concepção de liberdade e suas implicações na formação para a autonomia. Assim, o texto aborda a formação do sujeito autônomo no contexto escolar, considerando a condição relacional em que acontece a educação, bem como o que implica a existência do conflito nessas relações. Propõe-se, com a análise de aspectos da obra de Jean-Paul Sartre, uma análise do conflito como propulsor da constituição da liberdade e da autonomia. Tanto a perspectiva do aluno, quanto a do professor nas relações interpessoais na escola são objeto desta análise conceitual. Destacam-se os desafios ao aluno e ao professor em suas responsabilidades frente à constituição da autonomia. Nesse percurso argumentativo, o texto propõe a presença do professor como sujeito de referência para o desenvolvimento da autonomia dos educandos. Justifica-se, assim, a posição de afastamento das perspectivas idealistas de viés unitário, e a decorrente exigência formativa de que se assuma a pluralidade como condição original da educação.