Marcas de oralidade e temporalidade linguística

Abstract
A posição sintática das formas clíticas em línguas latinas é objeto amplamente descrito nos estudos linguísticos (BERTA, 2003; CYRINO, 1993; NIEUWENHUIJSEN, 2006, PETROLINI JR., 2014), haja vista as expressivas mudanças por que passa esse sistema ao longo dos séculos, bem como os contrastes que apresenta quando em tela normas inter e intralinguísticas. Situado em um núcleo de pesquisa que coaduna interesses da Linguística e dos Estudos da Tradução – estudos em corpus do espanhol escrito com marcas de oralidade (CEEMO) –, este debate analisa as estratégias tradutórias vislumbradas no conjunto de três versões da obra Don Quijote de la Mancha em português, objetivando debater sobre o conflito de normas nesse também concreto uso da linguagem. Entram em discussão a temporalidade linguística, debatido como um problema sociolinguístico a ser considerado na tradução (HURTADO ALBIR, 2001), e o campo teórico das marcas de oralidade nos textos escritos (KOCH; OESTERREICHER, 2007; MARCUSCHI, 2001). À luz desses debates e recortando o fenômeno da posição das formas clíticas, o estudo aponta estratégias tradutórias distintas, no que diz respeito à preservação ou distanciamento da estilística cervantina.