Observação de pareamento de estímulos e instrução com múltiplos exemplares: efeitos sobre respostas de ouvinte e falante de crianças com TEA

Abstract
Dois procedimentos têm sido propostos como alternativas para induzir repertórios não ensinados diretamente: 1) instrução com múltiplos exemplares (MEI); e 2) observação de pareamento de estímulos (SPOP). O MEI implica a rotação do ensino de diferentes respostas a um estímulo (ex. tato e resposta de ouvinte), o que favorece a aprendizagem incidental dessas respostas para novos estímulos a partir do ensino de apenas um dos tipos. No SPOP é exigida apenas a observação de estímulos apresentados contíguos, sem reforçamento diferencial para qualquer resposta. Os resultados de alguns estudos sugerem que uma maior frequência de pareamentos poderia levar a emergência de respostas de tato e ouvinte não ensinadas diretamente e que o pareamento de estímulos pode afetar o procedimento de MEI. O presente estudo avaliou o efeito de SPOP com uma frequência maior de pareamentos por tentativas sobre a emergência de respostas de tato e ouvinte em três crianças com Transtorno do Espectro Autista, e o efeito do SPOP no ensino dessas respostas por meio de MEI. Para dois participantes, o SPOP com mais pareamentos a cada tentativa favoreceu a emergência do repertório de ouvinte. Estes participantes somente aprenderam respostas de tato após o MEI. O SPOP teve um efeito facilitador no treino de MEI. Discute-se o papel do MEI e de treino de tato intensivo na emergência de repertórios de tato e ouvinte, assim como os tipos de controle de estímulo que o SPOP parece favorecer, e a possibilidade de investigar o SPOP em ambientes menos estruturados.

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