Journal Information
EISSN: 19805799
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Andrei Ferreira De Carvalhaes Pinheiro
Abstract:
Neste artigo, verifica-se como a literatura científica tem descrito a comunicação digital a partir das estruturas linguísticas que lhe são típicas. Aprofunda-se a reflexão sobre as interações online, distinguindo-as da fala e da escrita convencionais. Por fim, identificam-se alguns avanços científicos sobre o assunto desenvolvidos no Brasil a partir da língua portuguesa, além de pontos que requerem maior atenção. Para isso, desenvolve-se uma revisão crítica de literatura e se comenta sobre diferentes investigações realizadas sobre a comunicação na Web. Acredita-se, pois, ser necessário tratar as interações digitais como uma modalidade distinta da fala e da escrita convencionais, visto que, apesar de apresentarem traços comuns com uma ou outra modalidade, também contêm características que lhes são particulares. Defende-se também que as estruturas linguísticas sejam consideradas componentes essenciais na caracterização das instâncias comunicativas, desde aspectos grafemáticos até questões da sintaxe, reconhecendo a centralidade da variação linguística para a compreensão da prática discursiva. Finalmente, reconhece-se que no Brasil encontram-se trabalhos que partem de diferentes graus de entendimento da natureza dos textos digitais, mas parecem predominar aqueles que buscam descrever a comunicação na Web como mais próxima da fala ou da escrita convencional, ao contrário das recomendações de muitas pesquisas sobre as interações online.
Aneilza de Carvalho Ferreira,
Abstract:
O presente artigo tem por objetivo apresentar uma análise da microestrutura dos verbetes “autismo” e “autista” em dicionários da Língua Portuguesa. Para tanto, foram utilizados cinco dicionários disponíveis online. A microestrutura das palavras-entrada “autismo” e “autista” foi analisada de forma descritiva e quantitativa, por meio de quadros comparativos, nos quais distribuímos as informações conforme registro nos dicionários. Pautamo-nos nos pressupostos teóricos de Biderman (2001), Garriga Escribano (2003), Medina Guerra (2003), Porto Dapena (2002), Welker (2004); bem como consideramos as contribuições advindas das produções científicas existentes no tocante ao Transtorno do Espectro Autista (TEA). Foi possível constatar que os verbetes “autismo” e “autista” em geral não apresentam suas definições conforme os conhecimentos mais recentes sobre o transtorno, bem como nem sempre mencionam a nomenclatura vigente “TEA”.
Abstract:
O objetivo deste ensaio foi trabalhar a desambiguação de sentidos da palavra jogo. Tal trabalho justifica-se à medida que se toma conhecimento do fenômeno da ubiquidade do entretenimento. Para tanto, situando-se no campo de estudos da transdisciplina Humanidades Digitais, em primeiro lugar, o ensaio traça um panorama geral do fenômeno da ubiquidade do entretenimento no seio de uma sociedade na qual os processos de digitalização evoluem de maneira veloz. Em segunda etapa, analisa processos que tornam a palavra jogo ambígua a partir de estudos da linguagem, bem como lógicas sociais de denominação que subjazem seus usos. Por fim, em terceiro lugar, entendido como fonte etimológica do termo jogo, o vocábulo ludus é abordado a partir de suas lógicas de designação. Como resultados e conclusões, por um lado, foi possível desvelar uma raiz do fenômeno da ubiquidade do entretenimento ao se estudar atuais lógicas sociais de denominação do jogo, ao passo que, por outro lado, descobriu-se que, no atual estágio da era digital, usos do vocábulo jogo vêm recuperando sentidos antes vinculados à palavra ludus, sobretudo quando se considera que, atualmente, o jogo vem desenvolvendo cada vez mais uma noção que o relaciona normalmente com formas de aprendizagem.
Karoline Gasque de Souza
Abstract:
O objetivo deste artigo é compreender como a construção com sintagma nominal sujeito adjacente ao pronome correferente é usada em português brasileiro (PB). O pioneiro trabalho de Pontes (1987) a considera como deslocamento à esquerda de sujeito e outros autores seguem a autora (cf., p. ex., CALLOU et al., 2002[1993]; DUARTE, 1995; MORAES; ORSINI, 2003), porém há alguns que diferenciam as construções com deslocamento à esquerda de sujeito das construções com redobro de sujeito (cf. COSTA; DUARTE; SILVA, 2004; QUAREZEMIN, 2018; 2019). Neste trabalho, investigamos as ocorrências da construção encontradas em uma amostra de corpus de língua falada pelos aspectos prosódicos, sintáticos e informacionais/discursivos. Os resultados mostram que a construção é frequente e que a maioria das ocorrências não registra pausa entre o sintagma nominal e o pronome. Ao contrapor as construções com pausa prosódica com as sem pausa, descobrimos que os referentes destas podem veicular informação nova, enquanto os referentes daquelas não podem. Diante disso, as construções sem pausa são inovadoras, pois não possuem necessariamente propriedades de tópico e precisam ser consideradas como uma possibilidade de manifestação do sujeito no português brasileiro atual, a duplicação do sujeito via pronome.
Abstract:
O objetivo deste artigo é o de apresentar uma análise funcional, em peças teatrais, do começo do século XX, aplicada ao percentual de frequência de uso das formas de tratamento , vos e usted no espanhol argentino e uruguaio, com foco nos planos discursivos (figura, fundo 1 e 2) e no princípio funcional da marcação. Para esta pesquisa, utilizou-se como referencial teórico, os estudos de Givón (1990, 1991, 1995), Hopper (1979), Hopper e Thompson (1980) e Chedier (2007). Em relação aos resultados, nas peças argentinas, para figura, a forma vos apresentou um percentual de 49,38%. Por outro lado, para fundo 1 e fundo 2, no uso de usted, obteve-se 46,15% e 67,83%, respectivamente. No caso do Uruguai, ocorreu o predomínio da forma , nos três planos discursivos, com 66,02% para figura, 100% para fundo 1, e 85,71% para fundo 2. Espera-se, com este estudo, contribuir para ampliar as discussões sobre as formas de tratamento e os planos discursivos, pelo viés funcional, e, assim, oportunizar novas possibilidades de análise e possíveis desdobramentos de cunho teórico-analítico.
Abstract:
Resenha do livro Genesee, Fred; Delcenserie, Audrey. Starting Over – the language development in internationally-adopted children. Amsterdam: John Benjamins Publishing Company, 2016. [207 páginas]
Camila Pilotto Figueiredo,
Abstract:
O presente artigo tem por objetivo discutir acerca dos princípios semiológicos no pensamento de Ferdinand de Saussure e de Émile Benveniste, a fim de compreender de que forma esses princípios se erigem, bem como se inter-relacionam na reflexão de cada um desses linguistas. O ponto de chegada do texto é pensar em como, a partir da análise de tais princípios, pode-se observar a construção de um método de trabalho que caracteriza a linguística saussuriana e a linguística benvenistiana. Ademais, a reflexão aqui empreendida auxilia na compreensão acerca de como os linguistas explicaram o fenômeno da língua, considerando os diferentes pontos de vista, segundo os quais a analisaram.
Elisandra Benedita Szubris
Abstract:
Este estudo pretende demonstrar como a significação de nomes próprios de cidades é afetada por demandas sociais de pertencimento e identificação da população/ administração com as denominações locais. Partimos do ponto de vista de uma perspectiva relacional da linguagem, na Semântica da Enunciação (DIAS 2016, 2018a, 2018b), que assume que há razões enunciativas para as formas da língua se configurarem de tal modo. Como procedimento de análise, organizamos enunciados dispostos em redes enunciativas, tomadas como rede de sentidos, que podem demonstrar a heterogeneidade das relações históricas e sociais que afetam a enunciação desses nomes. Como resultado, mostramos que a significação dos nomes nas formações nominais é ativada por perspectivas de sentidos que se dispersam entre os domínios dos referenciais históricos e das pertinências enunciativas.
Pedro Henrique De Paiva Gaudencio,
Abstract:
O objetivo deste artigo é aplicar os conceitos de leitor-modelo e intentio operis propostos por Umberto Eco (2004, 2005, 2016) ao processo tradutório, relacionando-os à noção de tradução enquanto reescrita através do conceito de transcriação (CAMPOS, 2011). Mediante uma abordagem teórico-crítica que visa a consideração de tais teorias a partir da ótica da prática tradutória, debatemos de que maneira aspectos socioculturais influenciam tanto o processo interpretativo quanto o processo de (re)autoria necessários à recriação da intentio operis de um texto em um novo sistema semiótico. Por fim, destacamos a necessidade de desenvolvimento de estudos voltados para tradutores e leitores empíricos como forma de obtenção de dados que possibilitem o estabelecimento e o refinamento de normas tradutórias (CHESTERMAN, 1993, 2016; TOURY, 2012), almejando melhor compreender as forças externas que moldam a tradução enquanto processo e produto. Demonstramos, desse modo, a relevância de estudos empíricos voltados para os processos de interpretação e autoria no âmbito dos Estudos da Tradução.
Abstract:
Este artigo apresenta uma revisão sistemática de literatura que visa revelar a constituição dos nomes de pessoa oficiais primários na língua portuguesa no Brasil e identificar as características epistemológicas das pesquisas desenvolvidas. Para tanto, foi feita uma seleção de 15 artigos extraídos de uma lista bibliográfica contendo 44 artigos sobre Onomástica publicados de 2011 a 2021. Os resultados mostram que há grande diversidade etimológica tanto nos sobrenomes quanto nos prenomes. Com exceção dos povos nativos e dos descendentes de escravos, há correlação entre a etnia dos antepassados e a etimologia dos sobrenomes em uso no Brasil. Foram evidenciados dois tipos de nomes: convencionais, que estão integrados no repertório onomástico do Brasil em determinado período, são escolhidos em harmonia com costumes locais e estão conectados a tradições religiosas ou nacionais; e não convencionais, que destoam da categoria anterior e são avaliados como nomes diferentes e singulares. Mais de 25% das pesquisas abrangem mais de um nível linguístico de análise, uma vez que abordam os níveis etimológico, ortográfico e/ou morfológico. Constatou-se também que predominam as pesquisas de abrangência local e que, em todos os estudos, os dados foram analisados levando-se em consideração, para além do aspecto linguístico, o contexto histórico e social da fonte dos dados analisados.
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