San Juan, província do centro oeste argentino, entre 1916 e 1920, período marcado pelo centenário da independência, florece em sua vida cultural e artística nos teatros, biógrafos, noites literarias-musicais e retretas. Os conservatórios se convertem em espaços musicais educativos, com importante inserção na vida social, laboral e artística sanjuanina. Com este trabalho, proponho estudar o campo musical dos conservatórios em San Juan: as relações destes com as sedes de Buenos Aires, sua incipiente filiação a escolas pianísticas, assim como, os repertórios abordados através dos concertos e a inserção laboral dos alunos no meio cultural sanjuanino. Busco, também, os agentes, o capital simbólico para legitimação social, artística e económica. Meu enfoque teórico está baseado na Microhistória, na sociología de Bourdieu (2002, 2003), nos aportes sobre canone musical de Beltramino (2008) e Corrado (2004) e no estudo sobre escolas pianísticas na Argentina de Dora de Marinis (2010). Utilizo como fontes principais os periodicos, alguns testemunhos orais de exalunos de conservatórios como também, alguns trabalhos sobre a atividade musical sanjuanina.

Este artigo apresenta e discute os resultados da realização de uma formação sobre inclusão de alunos cegos, realizada com estudantes de uma turma do ensino médio integrado do instituto Federal do Pará, onde estuda uma discente cega. A fim de detectarmos a necessidade de abordagem com os referidos discentes realizamos observação participante na turma e aplicação de questionário. Os dados obtidos permitiram-nos identificar a necessidade de trabalhar nuances sobre como ser uma turma inclusiva. Os resultados após a realização da formação nos possibilitam inferir que a ação se configurou com um momento agregador da aprendizagem da turma porque estimulou o desenvolvimento de interações inclusivas no ambiente da educação profissional.

Este trabalho em uma perspectiva histórica sobre a trajetória do Centro de Tecnologia-CT/UFPI (1975-2020), avança nos estudos e desdobramentos da implantação do Programa de Reestruturação e Expansão REUNI. Destaca os elementos significativos na reconstituição historiográfica do CT, caracterizando programas institucionais que impactaram em novos paradigmas educacionais, e identifica dados expressivos das novas edificações. Trata-se de pesquisa de abordagem qualitativa, com aproximações à história, à cultura, mediante o desenvolvimento da técnica de produção de narrativas de história de vida, com participação de colônia de professores colaboradores. Como fundamentação teórica, a investigação contempla, dentre outros: Chartier (1990), Burke (1997), nos fundamentos teóricos em História Cultural; adota o conceito de documento, no sentido atribuído a Le Goff (2003); Nóvoa (1995), nos estudos dos professores e as histórias de suas vidas; nos aportes sobre memória e cultura escolar, as contribuições de Halbwachs (2004) e Julia (2001). Para consubstanciar estudos em História Oral, utiliza autores como Grazziotin (2012), Meihy (2010) e Alberti (2015). A pesquisa revisita o percurso de implantação do REUNI, a partir da evolução das matrículas na Graduação presencial (1980-2004), o movimento de adesão CT/UFPI/IES, despesas de capital/orçamento, culminando no consequente fortalecimento do Centro de Tecnologia/UFPI, pretendendo contribuir para a análise histórica do ensino superior do Brasil. Palavras-chave: Centro de Tecnologia; Expansão; História da Educação; Reestruturação; Universidade Federal do Piauí.

RESUMO A partir do enredo “Chico Buarque da Mangueira”, proposto por Alexandre Louzada para o Carnaval de 1998 da Estação Primeira de Mangueira, cujo desfile se sagrou campeão naquele ano, a proposta do trabalho é lançar luzes sobre a construção de um enredo biográfico e, mais além, sobre os processos de criação mais amplos que permeiam a realização carnavalesca de enredos e desfiles, bem como suas possibilidades educativas, tomadas em sentido amplo. Levando-se em conta, portanto, a construção do enredo de 1998, analisar-se-ão temas sobre a criação carnavalesca de histórias desfiladas na Sapucaí, articulando-se as mediações propostas pelas Escolas de Samba para carnavalizar um tema e apresentá-lo na Avenida, e suas ressonâncias como possibilidades pedagógicas, políticas e educativas.

Este texto objetiva uma reflexão inicial sobre identidade, cultura e diferença, com olhares voltados aos enredos, personagens e narrativas, ao modo de ser e de agir de personagens do conto Trezentas Onças, de Lopes Neto, do romance Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa e da epopeia A Ferrovia do Diabo de Manoel Rodrigues Ferreira, obras essas representativas de três regiões – o Sul, o Sudeste e o Norte brasileiros. O contexto regional e a cultura popular se confundem nas inevitabilidades de compreensão do sujeito como único, mas também coletivo, como diferente-igual-diferente. Para este empreendimento, trouxemos um possível diálogo entre as personagens, a primeira coletiva e gaúcha – o Tropeiro; Riobaldo e Diadorim, criações roseanas e; Gonçalves da Fonseca, personagem da narrativa de Ferreira. Com o arrimo de Woodward (2000), Larrosa e Skliar (2001) e Quijano (1992), o texto pretende se debruçar nas ideias de Hall (1997) sobre a construção de identidades.

A Imprensa da cidade de Mendoza (Argentina) registra numerosas atividades e práticas musicais nas primeiras décadas do século XX. Fomentada por políticas migratórias argentinas desde 1880, a chegada de músicos imigrantes ao país, e a Mendoza em particular, gerou a criação de numerosos conservatórios de música a partir de 1910, por iniciativa destes profissionais, fundamentalmente espanhóis e italianos. Estas instituições, de administração privada, contribuíram para estimular, em grandes setores da população, ao desejo de receber uma adequada educação musical. Se propõe abordar o trabalho educativo de Gaetanina Ciancio, pianista italiana, radicada na cidade de Mendonza desde 1919, quem funda o Conservatório Verdi em 1923. As crônicas periodísticas dão conta de inumeráveis atividades musicais e a formação de discípulos que promovem esta profissional no meio cultural de Mendoza. Como foi a inserção social de Ciancio, em sua condição de mulher estrangeira, no campo cultural de Mendoza? O marco teórico da investigação se circunscreve no campo da sociologia, da história e da musicologia histórica com os aportes de Carl Dahlhaus (1997) e Pierre Bourdieu (2002). Se realizará uma abordagem transdisciplinar, mediante a consulta e análise de fontes hemerográficas, musicais da época e testemunhos orais de familiares diretos.

O presente trabalho buscou investigar as técnicas de ensino musical utilizadas no Coral dos Vaqueiros de União-PI a partir da sua criação em 1987, e que esteve sob as regências dos maestros Aurélio Melo e Emmanuel Coelho Maciel. A pesquisa foi mobilizada por meio da perspectiva da História Oral e Documental, as fontes e evidências foram as entrevistas com dois participantes do Coral. Diante disso, a pergunta que norteou o trabalho foi: Quais técnicas de ensino musical eram utilizadas no coral dos vaqueiros e, que estruturas estavam disponíveis para esse coral? Assim, se obteve através das análises a conclusão da contribuição cultural e musical do contexto em que o Coral dos Vaqueiros estava inserido. Palavras-chave: Educação Musical. Canto Coral. Coral de Vaqueiros. Técnicas de Ensino. Cultura.

Este artigo tem como objetivo analisar as concepções e práticas pedagógicas expressas na imprensa do Rio de Janeiro durante as décadas de 1930 e 1940, que estão acessíveis atualmente na plataforma digital da Hemeroteca da Biblioteca Nacional. A expressão Iniciação Musical aparece, mais frequentemente, associada aos cursos oferecidos por Liddy Chiaffarelli Mignone, Antônio de Sá Pereira e Nayde Jaguaribe de Sá Pereira. Porém, utilizando o paradigma indiciário do historiador italiano Carlo Ginzburg, foi possível observar detalhes antes não registrados pela historiografia e ampliar a compreensão do que representou o movimento em torno da Iniciação Musical no Rio de Janeiro. Conclui-se, principalmente, que a imprensa local, no período investigado, foi um importante veículo de divulgação, registro e espaço de circulação de concepções sobre saberes pedagógico musicais para crianças e para quem iniciava atividades escolares musicais, além de oferecer importante contribuição para a legitimação do trabalho docente de músicos.

Objetiva-se com este artigo elucidar os ensejos dos docentes atuantes em um curso técnico para seguirem a carreira docente. Além disso, pretende-se identificar se sentem preparados para a docência a partir da formação que obtiveram, bem como, elencar os desafios encontrados no início da carreira. Metodologicamente foi realizada uma pesquisa de campo com abordagem qualitativa em que foi enviado um questionário eletrônico aos docentes do curso Técnico em Cuidado de Idosos do Colégio Politécnico da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Constata-se que os professores escolheram a carreira docente a partir de vivências da trajetória pessoal e acadêmica, bem como por meio de inspirações de outros profissionais. Além disso, reverberam que os maiores desafios no início da carreira compreendem a precarização do trabalho, as questões metodológicas e didáticas e a união entre a profissão de origem, na área da saúde, e a carreira docente. Constata-se que compreender o desenvolvimento profissional é uma tarefa complexa e difícil. Observa-se que, possuir experiências anteriores, auxilia no amadurecimento profissional e no desenvolvimento das ações docentes. Ainda, sabe-se que o processo de desenvolvimento profissional é um englobar de aspectos e subjetividades que fazem parte do itinerário profissional e pessoal de cada um.