Abstract
O artigo apresenta a experiência de formação de professores que atuam em uma escola quilombola em Nordestina, interior da Bahia. A formação foi pensada na e pela experiência, a partir dos pressupostos de Jorge Larrosa Bondía, enquanto dispositivo de subjetivação visibilizado nos cenários propostos como Grupos de Experiência, metodologia de pesquisa que permitiu a coleta de informações por provocar desestabilizações todos os envolvidos, pelas situações em que são provocados ao relatar suas experiências, momentos em que as invenções de si também possibilitam construções narrativas sobre o outro. O texto apresenta o processo formativo de professores(as), destacando modos de fazer curriculares em suas relações e tensões com as comunidades quilombolas do entorno. Ao mesmo tempo, a sistematização dos relatos permitiu questionar alguns pressupostos consolidados na produção acadêmica sobre educação escolar quilombola. O artigo propõe que as dificuldades no tratamento de questões étnico-raciais no espaço escolar têm uma relação direta com as trajetórias de vida dos docentes, suas expectativas e impressões sobre a escola em que atuam. Palavras-chave: educação escolar quilombola; currículo; experiência.