Nunca me sonharam

Abstract
A modalidade profissional da pós-graduação no Brasil nunca foi “sonhada” por muitos e nem mesmo pela CAPES. Ao congregarmos Áreas afins, educação e saúde, entendidas como prioritárias, respondem por 28,5% dos cursos profissionais recomendados, e a Área de Ensino representa quase 39,3% desses. Apesar de cumprirem a formação de recursos humanos, transferência de tecnologias e soluções de baixo custo para a educação e saúde, elas dispõem de pouco ou nenhum recurso financeiro ou apoio e nenhum fomento da CAPES, apesar da Portaria Nº 17/2009 permitir. Nas últimas avaliações, as Áreas possuíam autonomia para estabelecer pesos e critérios para a diversidade de produção intelectual. Na contramão, orientações mais atuais da CAPES buscam padronizar todas as Áreas, ignorando suas histórias e especificidades. Para nós, essa situação se agrava ao pensarmos os cursos profissionais e seus produtos e processos educacionais, uma vez que a Área de Ensino demonstrou maturidade após discussão acumulada e propor e implementar um Qualis Educacional para estratificá-los. Nesse sentido, apresentamos elementos de que, após 20 anos de existência, a Área de Ensino possui expertise para propor processos avaliativos para a principal exigência de um programa da modalidade profissional: elaborar um processo ou produto educacional que represente uma solução possível para atender a questões e problemas do cotidiano dos profissionais. Reforçamos que o principal “produto” é o profissional, que passou por momentos de reflexão, foi incubado pela academia, mergulhou no referencial teórico, vivenciou as etapas metodológicas de uma pesquisa, viveu tudo isso e, por conseguinte, é praticamente incapaz de retornar a seu ambiente de trabalho e não reviver esse processo reflexivo sempre que se deparar com um problema relacionado a sua prática. Recurso humano crítico e reflexivo é, portanto, o principal produto de um curso de pós-graduação da modalidade profissional. Afirmamos, portanto: sim, podemos nos sonhar!