Dizer-se, autografar-se: evocando Mário Cesariny

Abstract
Em sua obra escrita, Mário Cesariny recorre à metalinguagem característica das artes poéticas para nela inscrever uma reflexão acerca das figurações do poeta e da potência criadora da palavra poética. Dobrando-se sobre si mesmos, seus poemas se abrem a uma dinâmica na qual a voz poética simultaneamente tem e não tem origem naquele que se lança à escrita. Este artigo se ocupa da leitura de três poemas de Cesariny nos quais o autoendereçamento ou a autodescrição emergem como temas principais, articulando-os a textos de T. S. Eliot, Éric Benoit e Dominique Combe que se ocupam do problema origem da voz poética.