Cristianismo e a Renúncia de si no Último Foucault

Abstract
O presente artigo analisou como o cristianismo produziu uma subjetividade por meio da qual o sujeito renunciou a si mesmo. Defendemos a hipótese de que esse modo de subjetivação cristã somente foi possível graças a duas características presentes na relação sujeito e verdade no cristianismo primitivo: a obrigatoriedade de confessar uma verdade de si e a imperfeição que caracteriza a natureza humana na antropologia cristã. Em outras palavras, a confissão da verdade de si tornou-se uma espécie de cura para os pecados oriundos da natureza imperfeita dos homens. Nesse duplo movimento que se iniciava por uma hermenêutica de si e findava na verbalização da verdade encontrada em seu próprio interior, o sujeito se enredou em uma malha de poder constituída por verdades confessadas que o levaram a renunciar a si mesmo. Â