Abstract
O artigo pretende discutir a trajetória e a produção intelectual de João Alberto Salles (1857-1904), membro da chamada geração 1870 que construiu toda sua carreira como homem de letras e da política em São Paulo. Sua obra abrange especialmente estudos de natureza sociológica, ciência política, direito e propaganda republicana nos quais emprega as matrizes filosóficas que marcaram a esmagadora maioria dos intelectuais brasileiros entre a segunda metade do século XIX e as primeiras décadas do século XX: o positivismo comteano e o cientificismo spencereano. No âmbito desse trabalho pretende-se enfatizar as concepções educacionais presentes no pensamento de Alberto Salles procurando articulá-las com a crise do Império e a nascente República. Em termos metodológicos, o trabalho lança mão das contribuições de Jean François Sirinelli que para abordagem dos intelectuais faz uso das noções de sociabilidade, itinerários e microclimas.