PADRÕES ESPAÇO-TEMPORAIS DO SUICÍDIO NO ESTADO DE PERNAMBUCO, BRASIL

Abstract
O suicídio é considerado um problema de saúde pública mundial. Conhecer a distribuição espacial e temporal da morte autoprovocada poderá subsidiar o planejamento, implantação e avaliação de ações de prevenção. Objetivou-se descrever a ocorrência e a distribuição espaço-temporal da mortalidade por suicídio. Este é um estudo ecológico com dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade ocorridos no estado de Pernambuco, entre 1996 e 2015. O padrão espacial foi elaborado, segundo décadas, por meio de mapas temáticos dos coeficientes médios brutos e método bayesiano empírico local. Para verificação da autocorrelação espacial e conglomerados críticos empregou-se o Índice de Moran Global e Indicador Local de Associação Espacial. Para a análise da série temporal utilizou-se o Modelo Auto Regressivo Integrado de Médias Móveis com componente sazonal (p, d, q). Registrou-se 6.229 suicídios. O coeficiente de mortalidade foi de 4,5 e 4,6/100.000 hab., na primeira e segunda década, respectivamente. Constatou-se forte autocorrelação espacial do suicídio, I = 0,6876 (1996-2005) e I = 0,68704 (2006-2015). Três agrupamentos Q1, considerados críticos, foram identificados em cada período, somando-se 25 municípios no primeiro decênio e 21 no segundo. Na análise da série temporal verificou-se a presença do componente sazonal, embora não muito acentuado. A previsão dos coeficientes de suicídio, para o período de janeiro de 2016 a dezembro de 2020, foi estável com pouca variação. A análise espacial identificou áreas críticas distanciadas da Região Metropolitana do Recife. Descrever o comportamento espacial e temporal do suicídio são aspectos importantes para adotar intervenções que busquem a redução dessa violência. Palavras-chave: Suicídio. Análise espacial. Conglomerados espaço-temporais. Sistemas de informação em saúde. Estatísticas vitais.