Coinfecção provocada pelos vírus da imunodeficiência humana e hepatite C (HIV-1/HCV): uma casuística da Amazônia brasileira

Abstract
INTRODUÇÃO: Com o advento da terapia antirretroviral de alta atividade em 1996, a doença hepática tornou-se causa importante de morbidade e mortalidade em pessoas infectadas pelo vírus da imunodeficiência humana-1 (HIV-1). OBJETIVO: Descrever os aspectos demográficos e laboratoriais de 62 pacientes coinfectados com o vírus da imunodeficiência humana e da hepatite C (HIV-1/HCV). MÉTODO: Estudo transversal, incluindo pacientes portadores do HIV, confirmados sorologicamente (ELISA + Imunofluorescência indireta ou Western Blot), com anti-HCV positivos pelo teste de ELISA confirmados por RT-PCR, atendidos no ambulatório de fígado da Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará no período de agosto de 2004 até abril de 2008. RESULTADOS: Foram atendidos 49 (79%) indivíduos do gênero masculino e 13 indivíduos do gênero feminino, com mediana de idade de 42,6 anos, solteiros (66,1% n = 41), heterossexuais (59,7%, n = 37), bissexuais (27,4%, n = 17), homem que faz sexo com homem HSH (12,9% n = 8); contagem de linfócitos T CD4+ com mediana de 327 células/mm³, carga viral plasmática do HIV com mediana de 2,54 log10 HIV-RNA cópias/mL, carga viral do HCV (HCV-RNA) de 5,90 log10 UI/mL. O genótipo 1 do HCV foi encontrado em 60,87%. A biópsia hepática foi realizada em 41 (66,12%) pacientes, tendo sido observada a seguinte classificação METAVIR: F0 (12%), F1 (24,4%), F2 (32%), F3 (17%) e F4 (14,6%). CONCLUSÃO: Os pacientes eram predominantemente solteiros,com carga viral do HCV elevada, apresentavam fibrose de moderada a severa em mais de 50% dos casos sem alterações laboratoriais significativas.