Matemática e africanidades no cotidiano e na escola: um estudo na Comunidade Quilombola Mussuca, em Sergipe

Abstract
Objetivamos com o presente texto desenvolver reflexões/discussões acerca das percepções sobre matemáticaS[1] das/dos estudantes de uma Comunidade Remanescente de Quilombo (CRQ), a Mussuca, no espaço intra e extraescolar. Para tanto, lançamos mão de estratégias/procedimentos diversificados, através dos quais tornou-se possível a construção de pontes capazes de conduzir ao entendimento das mencionadas percepções. Cremos que, assim, será possível ressignificar as inter-relações entre a matemática e os sujeitos que com ela interagem, assim como poder-se-á contribuir para a implementação da Educação Escolar Quilombola. Trata-se de um posicionamento político. Defendemos que a grafia dos nomes de disciplinas e/ou ciências construídas pelo pensamento ocidental moderno/colonial, com inicial maiúscula, exigiria de nós o mesmo comportamento diante da enormidade de práticas culturais experimentadas por outros grupos humanos, nos mais diversos recônditos do planeta. Uma atitude contrária reforça a colonialidade do poder, sobre a qual fala Quijano (2005). Sempre que pluralizarmos o vocábulo “matemática” destacaremos o “S” final com a pretensão de chamar a atenção para a multiplicidade de práticas culturais que envolvem propriedades de medição, comparação, contagem e outras que o pensamento ocidental moderno, que é colonial, definiu como aparatos da matemática.

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