Abstract
O presente artigo tem por objetivo debruçar-se sobre o tratamento acordado aos antropônimos e aos topônimos na tradução de Esaú e Jacó (1904), romance de Machado de Assis, em francês (realizada por Françoise Duprat) e em inglês estadunidense (realizada por Elizabeth Lowe). A partir dos trabalhos de Cícero (106 a.C. – 43 a.C.), a prática tradutória tem sido analisada e discutida por tradutores e/ou teóricos da tradução (linguistas, filósofos, psicanalistas e outros): dos diferentes procedimentos no ato de traduzir ao questionamento sobre a [im]possibilidade da tradução. Apesar de tais pontos parecerem ter sido superados em termos de discussão teórica, é necessário, no entanto, aludir as conhecidas dificuldades de tradução, e, no âmbito dessas – contidas em um vasto rol –, destacar as dificuldades associadas às questões sócio-históricas e culturais. Assim, este artigo estuda particularmente as opções tradutórias na esfera dos antropônimos (nomes de pessoas) e dos topônimos (nomes de lugares), focando nos seguintes questionamentos: convém traduzir os nomes próprios? Como agem os tradutores ao traduzirem essa classe de nomes? Quais motivações levam um tradutor a traduzir ou não um nome próprio? Para fomentar tal discussão, é feito um estudo de caso, precedido de algumas questões inerentes às discussões em teoria da tradução.