Abstract
Nasci num corpo meio mulher, meio bicho, meio serpente, meio arte, meio texto, devo ter sido parida em noite de lua cheia. Guardo lembranças de uma bebê nua, esparramada numa grama verde, recebendo as luzes do sol que atravessavam dobras e mais dobras e mais dobras. Ou não. A lembrança de que falo foi construída por uma fotografia em um álbum de retratos, a memória é traída, atraída pela sua própria representação, torno-me refém dos instantes capturados pela imagem.