Uso de substâncias psicoativas em serviço de urgência em psiquiatria da infância e adolescência de Belo Horizonte

Abstract
Introdução: O uso de álcool, tabaco e drogas ilícitas por crianças e adolescentes é um problema de saúde pública que assume importância cada vez maior em todo o mundo. O aumento da prevalência do uso dessas substâncias foi acompanhado por maiores níveis de ansiedade, sintomas depressivos e outros transtornos psiquiátricos, além de aumento nas taxas de violência e mortalidade. Objetivo: Analisar a prevalência de atendimentos por uso de drogas em um Serviço de Urgência em Psiquiatria da Infância e Adolescência de Belo Horizonte, bem como determinar o perfil sociodemográfico desses pacientes. Metodologia: trata-se de estudo transversal realizado por meio de revisão de prontuários de pacientes que procuraram um serviço de urgência em saúde mental infantil durante o período de um ano. A análise comparativa das variáveis categóricas foi feita pelo teste qui-quadrado de Pearson ou exato de Fisher. Foi utilizado o teste t de Student de amostras independentes para a variável contínua. Resultados: Foram coletados dados de 2255 atendimentos. A prevalência do uso de substâncias psicoativas encontrada foi de 17,7% da amostra. A droga mais utilizada foi a maconha (14,1%), seguida por cocaína (7%), álcool (5,7%), tabaco (4,2%), solventes e inalantes (3,6%) e crack (1,7%). Foi observado maior consumo em homens, faixa etária 15-17 anos e etnia parda. Conclusão: Foi observada significativa prevalência no uso de drogas entre crianças e adolescentes. É possível presumir que a real prevalência seja maior, uma vez que se acredita que a porcentagem real de jovens que utilizam essas substâncias é maior que a parcela que chega ao serviço de urgência. Os resultados encontrados demonstram uma necessidade de reforçar estratégias de intervenções preventivas para essa população.