Abstract
Considerando a dicção da narradora no romance Carta à rainha louca, de Maria Valéria Rezende, o intento deste trabalho é analisar, sob o ponto de vista enunciativo (BENVENISTE, 1989; BAKHTIN/VOLOCHÍNOV, 2009; BAKHTIN, 2010), de que modo o recurso à metanarratividade funciona como estratégia responsável pelo deslocamento e questionamento do signo da loucura, ironizado pela narradora Isabel, ao escrever uma longa carta endereçada à rainha D. Maria I, de Portugal, de modo a explicitar a dinâmica de exceção (AGAMBEN; 2010) a qual se encontra submetida. Além dos autores já mencionados, sustentam as reflexões teóricas deste trabalho alguns estudos de Dalcastagnè (2012) e Chauí (2018).