Abstract
Resumo: O presente artigo tem como objetivo propor uma leitura do romance Desesterro (2015), escrito pela autora paulista Sheyla Smanioto, a partir de textos teóricos sobre literatura marginal, identidades marginais e subalternidade. Esta leitura parte da compreensão de que o texto de Smanioto incorpora processos de subjetivação das personagens que não são comumente tratados em textos literários e que vão além da questão da fome, da violência e da miséria em contextos de vulnerabilidade e exclusão social, ainda que passem também por tais questões. Desse modo, a fim de melhor refletir sobre a problemática apresentada, serão mobilizados os trabalhos de Spivak (2010), Dalcastagnè (2012) e Nascimento (2009) para pensar as implicações da subalternidade e identidades marginais, bem como as discussões de bell hooks (2015) e Michel Foucault (2004, 2008) sobre a produção de identidades e os processos de subjetivação e objetificação. Palavras-chave: literatura marginal; modos de subjetivação; literatura brasileira; Sheyla Smanioto. Abstract: This article aims to propose a reading of the novel Desesterro (2015), written by Sheyla Smanioto, born in São Paulo. Supported by theoretical texts about marginal literature, marginal identities and subalternity, the reading starts from the understanding that Smanioto’s text incorporates subjectivation processes. Those processes deal with characters differently from most literary texts, since they go beyond the issue of hunger, violence and misery in contexts of social exclusion, even if such issues are also discussed. Thus, to better reflect on the problem presented, the works of Spivak (2010), Dalcastagnè (2012) and Nascimento (2009) are mobilized to think about the implications of subalternity and marginal identities, as well as the discussions of Michel Foucault (2004, 2008) and bell hooks (2015) about the production of identities and the processes of subjectivation and objectification. Keywords: marginal literature; modes of subjectivation; Brazilian literature; Sheyla Smanioto.