A lama vermelha é um resíduo sólido resultante do processamento do minério de bauxita para obtenção da alumina (óxido de alumínio – Al2O3), que é o principal composto químico para produzir alumínio. O Brasil possui uma grande reserva de bauxita no estado do Pará e o minério é processado em larga escala. No entanto, no país, a lama vermelha tem sido armazenada inadequadamente no meio ambiente. O Pará está situado no norte do Brasil e apresenta alta temperatura durante todo o ano. O elevado volume de tráfego e as altas temperaturas contribuíram para o surgimento precoce de defeitos nos revestimentos asfálticos dos pavimentos flexíveis. Este estudo laboratorial visa à introdução deste resíduo como fíler em misturas asfálticas densas. Para tanto, foram produzidas misturas de asfalto com 3%, 5% e 7% de lama vermelha (tamanho nominal entre 0,02 a 2.800 micrometros). Como referência, foi produzida uma mistura convencional com 7% de fíler de pó de pedra (tamanho nominal inferior a 0,075 mm). A resistência à deformação permanente das misturas foi avaliada através do simulador de tráfego francês. Como resultado, a mistura com 5% de lama vermelha apresentou o melhor desempenho à deformação permanente e obteve, aos 30.000 ciclos, a porcentagem de afundamento de 3,5%. As misturas asfálticas com lama vermelha apresentaram bom desempenho, com redução da deformação permanente de 12,63 a 42,62% em relação à mistura de referência. A lama vermelha como fíler em misturas asfálticas mostrou ser uma opção viável para reutilizar este resíduo, além de ser uma alternativa ecologicamente adequada.