Abstract
Este artigo defende a atualidade do imperialismo enquanto categoria analítica para se pensar o capitalismo contemporâneo e, neste sentido, a necessidade de se retomar uma contribuição indevidamente negligenciada pela literatura: a teoria estrutural do imperialismo de Johan Galtung, elaborada há cinquenta anos. Esta teoria remete ao papel da violência como a diferença entre capacidade potencial e realizada, e aborda as dimensões fundamentais do fenômeno (econômico, militar, comunicação, político e cultural), seus mecanismos e suas fases. Assim, para identificar possíveis lacunas que poderiam ser preenchidas pelo trabalho de Galtung, as abordagens clássicas e os estudos recentes do imperialismo são revisados de forma não exaustiva. Ao mesmo tempo, a teoria estrutural do imperialismo apresenta fragilidades epistemológicas e ontológicas que precisam ser sanadas, de forma que ela possa proporcionar instrumentos interpretativos mas também de ação política para enfrentar o capitalismo imperialista contemporâneo.