Abstract
Este estudo se propõe a uma análise da relação entre pacto demoníaco e loucura em Grande sertão: veredas (1956), a qual é corroborada pelo misticismo que se desenvolve, no romance, em torno do sertão. A princípio, mostra-se como esse ambiente impulsiona a inventividade e a fantasiação, da mesma forma que outros elementos do texto, como sua constituição incerta enquanto produto da memória e tentativa de organização do sujeito. A partir disso, o trabalho percorre brevemente a tradição do motivo fáustico na literatura, situando-o, no romance de Rosa, no terreno da subjetividade, da ambivalência e das vicissitudes do sujeito pactário. Faz-se, ainda, uma aproximação entre a obra em questão e Doutor Fausto, romance de Thomas Mann contemporâneo ao primeiro e que se ocupa do mesmo leitmotiv, possibilitando comparações elucidativas.