As emoções à flor da pele: estudo de validação da escala de reatividade emocional para a população portuguesa

Abstract
Contexto: A reatividade emocional está associada à apresentação de respostas afetivas intensas e prolongadas a vários estímulos, o que, por sua vez, está relacionado com mais probabilidade de experienciar sintomas psicopatológicos. Objetivo: Realizar a tradução e validação da Emotion Reativity Scale (Escala de Reatividade Emocional, ERE) para português, através do estudo das suas qualidades psicométricas, análise fatorial confirmatória, estabilidade temporal, validade convergente e divergente. Métodos: Participaram 402 adultos da população geral, 275 mulheres e 127 homens, com uma idade média de 40,01 anos (DP = 10,30). A amostra de conveniência foi recolhida online e os participantes preencheram questionários de autorresposta. Resultados: Os modelos do autor original da ERE foram testados e a versão com melhor ajustamento estatístico foi a unidimensional com sete itens (RMSEA = 0,08; CFI = 0,97; TLI = 0,95; SRMR = 0,03). O total da ERE apresentou correlações positivas com traços de personalidade borderline, sintomas depressivos, de ansiedade e de stress e correlações negativas com a qualidade de vida, o que sustentou a validade convergente e divergente da medida. Relativamente à consistência interna, a ERE de sete itens demonstrou um alfa de Cronbach de 0,91. A estabilidade temporal da medida foi comprovada pela correlação forte entre o primeiro e o segundo preenchimento da ERE quatro semanas depois. O género feminino obteve pontuações de reatividade emocional mais elevadas do que o masculino e não houve uma relação significativa entre a ERE e a idade. Conclusões: A versão portuguesa da ERE parece ser uma medida válida e fidedigna para a avaliação da reatividade emocional. Isto é relevante tanto a nível clínico como para a investigação, uma vez que esta medida permite identificar de forma precoce a predisposição dos indivíduos para sentirem as emoções de forma mais intensa, o que está associado a maior probabilidade de experienciar sintomas psicopatológicos.

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