Respostas das geleiras do Monte Melimoyu, Chile, às tendências mais secas e quentes da Patagônia Norte nas últimas décadas

Abstract
Neste trabalho foram investigadas variações de área nas geleiras no Monte Melimoyu (44ºS, 72ºO) no período de 1970-2017, e as possíveis relações com a variabilidade climática entre 1950 e 2017. Dados ópticos do Sentinel-2A, de elevação do Modelo Digital de Elevação (MDE) ASTER-GDEM v.2, e de área das geleiras do inventário GLIMS foram utilizados na análise em SIG. As séries temporais de precipitação do Explorador Climático - Chile, e dados de reanálise de temperatura da universidade de Delaware foram utilizados para a análise climática. A área das geleiras diminuiu de 80,97 km² em 1970 para 52,14 km² em 2017, representando 35,6% de área, com destaques para a retração de geleiras no Oeste, Sudoeste, Norte e Nordeste, com perdas entre 65% e 44% de área total, e variações de elevação da linha de frente entre 74 m e 570 m. A precipitação anual média aproximada foi de 2.359 mm no período de 1950 a 2017 e mostra tendência de diminuição de aproximadamente -18 mm/ano, enquanto que os dados de temperatura mostram média anual de 9,87°C e uma tendência contínua de aumento na região, de 0,04ºC entre 1948 e 2017. Os contrastes entre as geleiras em perda de área e variação de elevação da linha de frente estão relacionados às diferenças de área e geomorfometria de cada geleira. Essas geleiras são semelhantes em tamanho, altitude e declividade do setor frontal, e as variações identificadas podem estar relacionadas às tendências mais quentes e secas para o período analisado.
Funding Information
  • Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
  • Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
  • Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul