Abstract
O artigo propõe uma discussão acerca do chamado “patrimônio dissonante” (dissonant heritage), em particular o patrimônio ligado ao colonialismo italiano. Qualquer patrimônio, ainda que em estado silente, enquanto não mais envolvido no quotidiano e nos processos culturais do presente, é recebido, mesmo que inconscientemente, pelos públicos. Optamos para analisar dois estudos de caso de patrimônios definidos como “dissonantes”, para observarmos, nas práticas, as trajetórias político-culturais de manutenção dessa memória em um contexto em que a dissonância precisa ser identificada e centralizada, o monumento ao explorador Vittorio Bottego e a coleção de máscaras faciais do antropólogo fascista Lidio Cipriani. Desvelar o papel principal que a ‘dissonância’ desempenha nas discussões sobre os diferentes usos da memória e do patrimônio significa reconhecer como essa dissonância abriu novas perspectivas no campo dos estudos sobre o patrimônio, no qual o conceito foi originalmente introduzido para discutir heranças que envolvem histórias discordantes e usos públicos de memórias e representações de passados contenciosos

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