A cidade capitalista e o progresso gentrificador: o processo de remodelação do Anhangabaú (1877-1917)

Abstract
O artigo visa discutir de que maneira os processos de urbanização em curso na São Paulo da virada do séc. XIX - XX podem ter sido utilizados para engendrar discursos “gentrificadores” sobre regiões centrais específicas da cidade – pobres, encortiçadas, de meretrício e comércio simples. Nessas regiões, que constituíam um campo imobiliário fértil para a expansão e remodelação da cidade, existia uma preocupação moralizante da elite (principalmente no que tange a questão do meretrício) e um projeto de cidade espacialmente incompatível com as camadas baixas. Dentro desse espectro, elege-se como foco o processo de remodelação do Anhangabaú, iniciado com o anúncio do projeto de construção do primeiro Viaduto do Chá (1877) até a finalização das obras do Parque Anhangabaú (1917).