Abstract
Tendo por referência o modelo do "percurso gerativo do sentido" (A. J. Greimas), este artigo discute, em primeiro lugar, a possibilidade de reinterpretar suas chamadas "estruturas elementares" não apenas em termos de uma inspiração "lógica", na continuidade da tradição aristotélica, nem tampouco de uma inspiração "fonológica", apoiada nos trabalhos do Círculo linguístico de Praga, mas, radicalizando as intuições dos linguistas dinamarqueses, em uma direção topologizante, que (i) concede aos termos confrontados a deformabilidade que lhes falta nas interpretações anteriores, e (ii) dando a primazia epistemológica ao complexo, leva a repensar os valores como posições em um fluxo, havendo "menores" ou "maiores" intervalos a separá-los. Tais cifras infracategoriais de "menos" e "mais" são lidas, enfim, como um convite à retorização da semiótica, pois a retórica tropológica, que sempre trabalhou sobre a dimensão do discurso e sempre se interessou pelas intensificações de seus efeitos, pode trazer ricos esclarecimentos a esse ponto teórico.