Avaliação do letramento em saúde e conhecimento sobre Terapia Renal Substitutiva de pacientes em um ambulatório multiprofissional de Doença Renal Crônica pré-dialítica

Abstract
Introdução: O letramento em saúde (LS) inadequado está associado a morbi-mortalidade em doença renal crônica (DRC). Objetivo: Avaliar o LS e conhecimento sobre terapia renal substitutiva (TRS) de pacientes de um ambulatório multiprofissional de DRC pré-dialítica. Material e Métodos: Estudo transversal no ambulatório HIPERDIA Minas de março a abril/2015. Avaliadas variáveis sóciodemográficas, LS através do SAHLPA 18 (Short Assessment of Health Literacy for Portuguese-Speaking Adults), e aplicado um questionário semiestruturado. As variáveis foram comparadas entre os pacientes que foram separados em dois grupos de acordo com o letramento e as variáveis foram comparadas. Além disto, foi realizada uma análise comparativa entre o estágio da DRC e as respostas ao questionário semiestruturado e o SAHLPA. Ao final, realizamos uma regressão logística, tendo como variável dependente “ter conhecimento sobre TRS”. Resultados: Foram abordados e avaliados 100 pacientes consecutivos, média de idade foi 68,2±10,7 anos. A maioria era homem, branco, apenas ensino fundamental. A categoria da DRC mais frequente foi 3b. 68% apresentaram letramento inadequado. Comparando os dados sócio demográficos e letramento, podemos observar que maior idade, menor escolaridade, menor renda familiar foram estatisticamente significativos para letramento inadequado. Quando perguntados sobre já ter sido informado sobre diálise; 37,7% no estágio 3b, 60,6% no 4 e 66,7% nos 5 disseram que sim; quanto às modalidades de TRS, 68,9% em estágio 3b, 60,6% no 4 e 16,7% no 5 responderam que não sabiam os tipos existentes. A variável relacionada a “ter conhecimento sobre TRS” em um modelo de regressão logística foi apenas idade. Conclusão: Houve um baixo percentual de LS adequado e de conhecimento sobre TRS. A modalidade mais referida foi hemodiálise. Nossos resultados sugerem que estratégias que melhorem o letramento em saúde e forneçam informações adequadas sobre TRS devem fazer parte do atendimento multiprofissional.