Atletas olímpicas brasileiras e a maternidade: do mito à realidade

Abstract
Throughout history, women have been prohibited from practicing competitive activities in different contexts and times, either because of the social space they could occupy, or arguments related to their biology and body constitution. The woman's body, mainly related to her fertility aspects, regulated to determinants of her social possibilities. Under the mythical bias, the distinct sacred female figures were those who gave the gift of life, the creation of things, often without needing any male figure, putting the issues of motherhood in focus. At a certain time, the practice of physical activity could favor women in what would, or still is, said as their natural function, but always in masculine determinations. Although with the different changes over time, Brazilian Olympic women athletes had occupied these spaces and roles, carrying them with all their burdens, responsibilities and blame, both in the desire or concretization of motherhood, as well as in the express will of not fulfill this imposed role. That said, using biographical narratives, this article aims to discuss the issues of motherhood that involve sport and, especially, Brazilian Olympic athletes. A lo largo de la historia, a las mujeres se les ha prohibido practicar actividades competitivas en diferentes contextos y épocas, ya sea por el espacio social que se les permitía ocupar o por argumentos relacionados con su biología y constitución corporal. El cuerpo de la mujer, en términos de fertilidad, referenció determinantes de sus posibilidades sociales. Bajo una mirada mítica, las distintas figuras femeninas sagradas eran aquellas que regalaban la vida, creaban las cosas, a menudo sin la necesidad de una figura masculina, remarcando los cuestiones de la maternidad. En cierto momento, la práctica de la actividad física podría favorecer a las mujeres en lo que se decía ? o todavía se dice ? que es su función natural, pero siempre bajo determinaciones masculinas. Aunque con los diferentes cambios a lo largo del tiempo, las atletas olímpicas brasileñas han ocupado ? y ocupan todavía hoy ? estos espacios y roles, llevándolos con todas sus cargas, responsabilidades y culpas, tanto en el deseo o la concreción de la maternidad como en la voluntad expresa de no cumplir con el rol impuesto. Así, por medio de narraciones biográficas, este artículo tiene como objetivo discutir los temas de la maternidad que involucran el deporte y, especialmente, las atletas olímpicas brasileñas. Ao longo da história, as mulheres foram proibidas de práticas de atividades competitivas em diferentes contextos e épocas, seja pelo espaço social que podiam ocupar ou por argumentos relacionados a sua biologia e constituição corporal. O corpo da mulher, no que tange sua fertilidade, referenciou determinantes às suas possibilidades sociais. Sob o viés mítico, as distintas figuras femininas sagradas eram aquelas que davam o dom da vida, a criação das coisas, muitas vezes sem necessitar de nenhuma figura masculina, enfatizando as questões da maternidade. Em certo tempo, a prática de atividade física poderia favorecer a mulher naquilo que seria ? ou ainda o é ? dito como sua função natural, mas sempre segundo determinações masculinas. Ainda que com as diferentes mudanças ao longo do tempo, as atletas olímpicas brasileiras ocuparam e ocupam estes espaços e papéis, carregando-os com todas as suas cargas, responsabilidades e culpas, tanto no desejo ou concretização da maternidade quanto na expressa vontade de não cumprir este papel imposto. Utilizando-se das narrativas biográficas, este artigo objetiva discutir as questões da maternidade que envolvem o esporte e, principalmente, as atletas olímpicas brasileiras.