Também para o feminismo, beleza é fundamental? uma análise discursiva do funcionamento dos lugares de autoridade

Abstract
Este trabalho se inscreve no aparato da Análise de Discurso materialista. Analisamos o funcionamento discursivo do que propomos como lugares de autoridade: fatos de linguagem na relação com a memória constituídos como elementos contraditórios, dadas as condições de produção do discurso. Fazemos referência a imagens e dizeres produzidos nas redes sociais sobre declarações polêmicas ou ofensivas a feministas, recortadas seguindo uma regularidade na qual declarações feitas eram rebatidas em páginas e perfis que, embora (re)conhecidos como progressistas, recorreram a determinados saberes fundamentados nos lugares comuns do, assim (re)conhecido, discurso conservador. Em nossa análise, observamos um funcionamento particular da memória discursiva na movência dos sentidos, produzindo um efeito autoritário também a partir do trabalho das formações discursivas em tensão. Constatamos um atravessamento de sentidos colocando discursos aparentemente incompatíveis numa mesma discursividade, produzindo repetição ao invés de ruptura, por meio do funcionamento dos lugares de autoridade.