Abstract
Por meio do presente ensaio teórico, propomos a construção de uma agenda formativa para a escola direcionada ao comum. Realizamos algumas digressões históricas no pensamento educacional que predominou no século XX e destacamos a centralidade atribuída às relações entre socialização e individualização. Sob estas relações, a escolarização foi democratizada, e, paradoxalmente, este processo veio acompanhado de uma crise de sentido quanto à natureza pública da educação, particularmente no contexto de predominância das lógicas neoliberal e neoconservadora. Como alternativa crítica, apostamos no comum como um princípio político, aceitando que este conceito apresenta potencialidade para uma reinvenção da educação na atualidade. Para esta reinvenção, apresentamos quatro disposições curriculares para orientar nossas investigações e nossas práticas, quais sejam: a) ultrapassar o binômio individualização-socialização; b) redefinir a dimensão pública da tarefa educativa; c) reconstruir a atmosfera da seleção dos conhecimentos escolares; d) repactuar a sala de aula como um objeto digno.