Abstract
O presente artigo analisa a documentação produzida pela Delegacia de Ordem Política e Social – Maranhão (DOPS-MA) sobre as atividades da imprensa alternativa maranhense em meio aos debates pela aprovação da Lei de Anistia brasileira em 1979. A escolha desse ano como recorte temporal se justifica por nossa proposta de problematizá-lo como um evento-chave, entendido como inaugurador da construção de uma temporalidade e significação social, em referência ao período de abertura política brasileira rumo à redemocratização. Nesse sentido, as possibilidades de pesquisa nos fundos documentais, outrora secretos, sobre a vigilância e controle da imprensa alternativa no Maranhão, especialmente os dossiês produzidos e preservados pelo DOPS/MA e hoje custodiados pelo Arquivo Público do Estado do Maranhão, nos permitem um novo olhar sobre a atuação das engrenagens repressivas da Ditadura Civil-Militar no período, podendo sinalizar atos ilícitos de agentes públicos, imprescindíveis para a fundamentação dos procedimentos reparatórios da chamada Justiça de Transição.