Abstract
Em 1917, Paul Valéry publica, depois de décadas de silêncio, um longo poema escrito durante toda a Primeira Guerra Mundial. La Jeune Parque, que retoma a forma clássica do alexandrino de Racine, projeta Paul Valéry à esfera de poeta oficial da França, por sintetizar, em certo sentido, a atmosfera ambígua e movente de seu tempo. Traduzido em 1987 por Augusto de Campos de acordo com as regras consolidadas no Brasil de valorizar rima e métrica, ele é aqui reescrito em prosa poética para que as modulações que implicam em seu jogo de imagens se tornem ainda mais evidentes. Leio o poema na chave do luto, pois agora decerto chorar é preciso.