Corpos ausentes e armas fundidas

Abstract
Embora existam inúmeras e valiosas manifestações da relação entre memória, arte e violência na Colômbia hoje, aqui nos concentramos em duas práticas que ganharam notoriedade por sua relação com os Acordos de Paz de 2016. Por um lado, as Cantadoras de Pogue, que modificam um ritual afro-descendente e uma tradição musical de caráter funerário para se opor à necropolítica dominante em seu território, principalmente a partir de 2002, quando em uma cidade próxima - Bellavista, Bojayá - um dos maiores massacres de civis na história recente do País; e, por outro lado, o “contra-monumento” em celebração aos Acordos de Paz da reconhecida artista Doris Salcedo, que convidou mulheres vítimas de violência a moldá-lo. Analisaremos como ambas as práticas incorporam a necessidade de enfrentar tanto a necropolítica dominante na Colômbia quanto suas narrativas hegemônicas na esfera pública.