Abstract
O Movimento Estudantil do Território Federal do Amapá caracteriza-se por uma história atravessada de contradições e complexidades. Dentre estas, estão as atuações, durante o regime militar, das organizações clandestinas e da principal entidade estudantil do território na época, a União dos Estudantes dos Cursos Secundários do Amapá (UECSA). A partir do recorte temporal da Ditadura Militar, entre os anos de 1964 e 1968, se estabelece como objetivo deste artigo, investigar como se deu o processo de resistência ao regime militar por parte destas organizações, inclusive da UECSA, que apesar de ter deliberado apoio ao golpe, teve resistência a este dentro de suas próprias fileiras. Como base documental, serão utilizados o levantamento publicado em 2017 do Relatório da Comissão Estadual da Verdade do Amapá (CEV-AP), produzido entre os anos de 2013 e 2016, o arquivo não publicado do relatório, que inclui as oitivas e documentos oficiais que foram cedidos pela CEV-AP para a realização desta pesquisa, além de registros pessoais de colaboradores dos grupos clandestinos. Os estudantes do Território Federal do Amapá, por razões estruturais e culturais, acabaram tendo reações diferentes das que o movimento estudantil havia tendo no restante do país. Foram ações de apoio ao golpe militar, com células bastante restritas de resistência.

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