DA POSSIBILIDADE DA FORMAÇÃO DE “CONHECIMENTOS NOVOS” POR PARTE DA “ALMA SEPARADA”, NO “ESTADO POST-MORTEM”, SEGUNDO TOMÁS DE AQUINO

Abstract
É sabido que Tomás de Aquino é adepto da antropologia aristotélica, segunda a qual o homem é concebido como uma “unidade substancial” de corpo e alma. Entretanto, como cristão, Tomás de Aquino se afasta do Mestre no que se refere ao destino final da alma, afirmando a sua imortalidade. O presente artigo se propõe a averiguar e demonstrar não simplesmente, ou propriamente, se a alma sobrevive pós-morte do corpo. Este já é um pressuposto dado. O que queremos demonstrar é que, em Tomás de Aquino, para além de uma sobrevivência, no “estado post-mortem”, a alma (i) tem consciência de si mesma; (ii) que por reconhecer a si mesma, ela está de posse das suas faculdades intelectivas; (iii) que tem ciência de si e de seu intelecto, por isso opera ou compõe “conhecimentos novos”, a partir compõe “conhecimentos novos”, seja a partir dos “novos conhecimentos” já adquiridos quando de sua união com o corpo, mas não só isso, pois chega até a admitir que ela possa construir “conhecimentos novos” a partir da inter-relação espiritual com outras almas, no além.