Abstract
Ao longo de toda década de 1880 nas páginas impressas, nas ruas, nos trieiros, clubes e outros ambientes a abolição da escravidão ocupava significativo espaço nas mentes goianas, principalmente em relação às incertezas quanto aos desdobramentos que causaria. Na cidade de Porto Imperial, Joaquim Ayres da Silva, proprietário de escravos, acompanhou de perto as conversas atento aos muitos posicionamentos sobre a questão. Nesse trabalho a proposta é perscrutar a trama entre poder e liberdade que envolveu Joaquim Ayres e um negro chamado Faustino Pereira de Oliveira, bem como seus desdobramentos atuais na cidade portuense. O episódio, que ainda suscita ecos, foi acompanhado pelos principais jornais goianos se tornando um símbolo do jogo de forças travado entre a população goiana sobre como as ideias abolicionistas se assentariam em Goiás.